quarta-feira, 30 de abril de 2025

Um dia triste

Um dia muito triste para o serviço público municipal de Florianópolis. A pedra de cal naquilo que um dia já foi uma rede de excelência e exemplo para muitas prefeituras Brasil afora. Hoje, somos exemplo de sucateamento e desmonte.
Nas cenas dos próximos capítulos veremos a terceirização e, na utopia de morte da podre elite florianopolitana, um dia seremos privatizados. Afinal, para que educação para o povo catarinense? Se dependesse da elite de Florianópolis, a abolição da escravatura nem teria acontecido. Fascistas, nazistas e tudo o que há de ruim no mundo assumiram, desde sempre, as cadeiras da PMF. A única exceção a isso foram 4 anos de Frente Popular, na década de 1990. Um Estado da federação e uma cidade em especial que vive na Idade Média. Triste. A festejada "economia" para os cofres públicos sairá do bolso nosso, trabalhadores da PMF.
É preciso saber decapitar fascistas. Alegoricamente. Esse tipo de coisa só tem cabimento no mundo minúsculo dos super ricos. A elite de Floripa não passa de um monte de merda para quem manda no mundo. Uns “pé rapado" que um dia sentirão a fúria da massa de excluídos.
Com certeza, o único objetivo é a destruição do serviço público. Essa gente não merece a lata de lixo da história. Merece um inferno dantesco onde queimem pela eternidade pelo mal que estão fazendo a milhares de famílias de servidores e, por extensão, a milhares de cidadãos da cidade de Florianópolis. Uma praga saramaligna!
Só pra incomodar os incautos puxa-sacos e pelegos do serviço público municipal: eu avisei! Os puxa-sacos também perderam a aposentadoria hoje. Os pelegos, também.
A extrema direita sabe que perdeu feio, nas últimas eleições, no voto do servidor público. Por isso estamos sofrendo.
A resistência ao fascismo em Floripa não está na câmara. Está na base do Sintrasem. A única resistência forte e organizada ao projeto neofascista em Santa Catarina. O ataque personificado na figura do Renê Munaro não é por acaso. Isso não saiu no jornal da NSC - Nojenta Sociedade Catarinense.
Está claro no vídeo! Quem quer manter a ordem? Quem quer criar desordem? Até quando atacarão nossos corpos? Sim. O adoecimento docente não é por acaso!!! Sim. A criminalização das lutas não é por acaso!!! As vésperas do 1 de maio. No meio de uma data-base. Sim. Estamos lidando com o que há de pior e mais atrasado na política do mundo contemporâneo.
Em uma época onde escala 6x1 é pouco. Se trabalhássemos 3 horas por dia em alguns poucos dias na semana, já suportaríamos o necessário para toda a sociedade. A pandemia provou que podemos trabalhar muito menos sem que falte nada para ninguém. Vivemos um período de super produção automatizada. Nada mais disso faz sentido.
A  minha geração, dos que nasceram nos anos 1970, não só trabalhou na infância, bem como o trabalho infantil era incentivado pela Ditadura Militar. Eu trabalho com carteira assinada, desde meus 13 anos de idade. Santa Catarina. Meu nome é trabalho! VTNC!
Eu tenho 51 anos de idade, sendo, 36 de serviço. E, a partir de hoje, estou condenado a trabalhar até os 60 anos de idade. A mesma lógica da Ditadura Militar. Temos nojo e ódio à Ditadura! (Ulisses Guimarães).
“Ah, mas você não trabalhou por 36 na PMF”! Sim. Foram 12 anos de iniciativa privada. Trabalho que, hoje, seria considerado exploração de trabalho infantil. Sujeito a produtos tóxicos, como amianto e chumbo. EPI? Para que EPI para quem já está morto? Sobrevivi! E hoje, para que EPI na Comcap? Para que Comcap? A MESMA lógica da Ditadura Militar
Temos nojo e ódio da ditadura militar e nos certificaremos que ela nunca mais aconteça!!! Por eu mesmo!

quarta-feira, 9 de abril de 2025

Relato de atuação docente como professor de Artes na EJA / Florianópolis.

Escrevo uma carta para o eu educador, professor efetivo na Educação de Jovens e Adultos da Rede Municipal de Florianópolis. A minha vida acadêmica iniciou-se muito jovem, na UCS - Universidade de Caxias do Sul, onde cursei Administração de Empresas, noturno. A escolha por este curso se deu, não em função de vocação para a gerência, tampouco por ser herdeiro de alguma coisa que necessitasse de um administrador profissional habilitado em nível superior. Ela se deu, simplesmente por ser o curso acadêmico mais barato oferecido por aquela instituição privada de ensino, por ser noturno e por haver uma grande demanda por profissionais com essa formação naquela época àquela cidade. Como era de se esperar, não concluí a graduação, mas tive a oportunidade de estudar economia, teoria geral da administração, entre outras disciplinas que se não me aprouveram no trabalho atual, muito me serviram para formação política e organizacional e para a vida pessoal. Sou Licenciado em Educação Artística, com Habilitação em Música. Fui estudante das últimas turmas nessa modalidade na universidade em que estudei, no caso, a UDESC – Universidade do Estado de Santa Catarina. Na próxima alteração curricular implantada no Departamento de Música daquela instituição, após o meu ingresso, a nomenclatura do curso foi alterada para Licenciatura em Música. Não obstante a mudança de nome, a formação seguia, basicamente, o mesmo currículo. Havendo encerrado a licenciatura, ingressei no extinto Mestrado em Educação e Cultura, da Faculdade de Educação da mesma universidade. Ingressei como estudante ouvinte, havendo concluído boa parte das disciplinas e já me encontrava preparando o projeto de pesquisa que seria submetido para ingresso como estudante regular. Antes disso, porém, o curso foi encerrado pela universidade, não havendo a publicação de edital para novos ingressos. Mais uma vez, ficou um importante aprendizado, que contribuiu muito para a minha atuação profissional, embora sem a devida titulação. No ano de 2009, ingressei no Mestrado em Música, do Programa de Pós Graduação em Música do Centro de Artes da UDESC. A área de concentração em que pesquisei foi Educação Musical, havendo investigado as “Tecnologias da Informação e Comunicação na Formação Inicial do Professor de Música: um estudo sobre o uso de recursos tecnológicos por estudantes de Licenciatura em Música no Estado de Santa Catarina”. Defendi esta dissertação no ano de 2010. Assim, adentrei na área da educação por escolha. Fui assessor na DEF – Diretoria de Ensino Fundamental da Rede Municipal de Ensino e diretor da Escola Básica Municipal Mâncio Costa. A música, por sua vez, é parte indissociável de mim. Toda a minha formação, embora tenha se dado em um curso com o nome “Educação Artística”, ela ocorreu com sólida formação musical e com toda a ênfase na docência em Música. Isto precisa ser dito, pois a modalidade “Educação Artística” foi sendo abandonada após a promulgação da LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em 1996. Isto se relaciona ao fato de que a chamada Educação Artística aparecia nos currículos da antiga LDB de 1972. A disciplina Educação Artística estava vinculada à prática polivalente no ensino de Artes. A partir dos anos 1980, a crítica a polivalência culminou na formação inicial do professor por modalidade artística e a Prefeitura Municipal de Florianópolis foi uma das primeiras no país a adotar as diferentes modalidades (Música, Teatro, Dança e Artes Visuais) dentro da disciplina Artes. Nesta rede de ensino, cada profissional deveria atuar dentro da sua área de formação inicial. No meu caso, Música. Iniciei nesta rede de ensino em 2001 como professor temporário e, a partir de 2024, como professor efetivo. Trabalhei por muito tempo em escolas básicas, especificamente com aulas de Música: musicalização, prática de instrumentos, canto e práticas musicais corporais, escrita, leitura de música, entre outros conteúdos do escopo da área. Eu era aquilo que se pode classificar como típico professor de área. No início da carreira, enquanto era docente temporário, trabalhei por dois anos na EJA. Ao me efetivar, lecionei a maior parte do tempo em escolas básicas como professor de Artes / Música. Atualmente, estou na EJA Centro I. Este é o meu sexto ano desde que modifiquei a minha lotação para a modalidade Educação de Jovens e Adultos. O Núcleo Centro I é o único núcleo que oferece esta modalidade de ensino no horário diurno. Neste retorno à EJA, percebi que aquela atuação como professor típico de área não era mais possível. Preciso registrar que, mesmo na escola básica, enquanto professor de música, me vi cada vez mais incorporando elementos de outras modalidades artísticas em minhas aulas. É preciso aclarar que isto nunca foi feito no sentido da polivalência, mas sim das interfaces e conexões entre as modalidades artísticas. Elementos fundamentais como ritmo, harmonia, linha, tempo, entre outros e apenas para citar alguns, estão presentes em todas as modalidades artísticas. Assim, ao ouvir uma música barroca, por exemplo, procurava mostrar imagens do período barroco, a arquitetura da época, o vestuário, e outros elementos que pudessem contribuir para a compreensão daquele período na Música. Estando na EJA, este tipo de percepção se tornou ainda mais evidente. Na EJA, não posso recusar um desenho que o estudante traz de casa: - “Está muito lindo, mas agora guarde isso, menino, que a aula é de Música”. Embora mesmo na escola básica eu não atuasse assim, sectariamente quanto às diversas modalidades artísticas, o foco da disciplina estave sempre orientado totalmente para o desenvolvimento da musicalidade do estudante. Na EJA, tive que me reinventar. Não bastava dizer que o desenho era lindo e expor na sala ou na feira de ciências da escola. Tive que ajudar aquele estudante que trazia um desenho, uma escultura, uma peça teatral ou uma dança, por exemplo, a procurar aprimorar-se na arte pela qual se exprimia. Tive que pesquisar com o estudante e, até mesmo, me aventurar em outras modalidades artísticas junto com eles. É importante ressaltar que não se trata de um retorno à polivalência. Compreendo perfeitamente o motivo que levou a área de Artes a abandonar aquele modelo de educação. Mas, estando na modalidade Educação de Jovens e Adultos, preciso considerar a trajetória do estudante. É preciso relevar os saberes que este aluno já possui. Assim, nas Artes, não poderia ser diferente. Na prática, recebo muitos trabalhos de Artes Visuais, Design, Música, para citar de memória. Alguns estudantes chegaram até mim, considerando-se o multiculturalismo como um lugar onde todos são artistas em algum nível de desenvolvimento entre o mestre e o aprendiz, artistas de muita qualidade. Assim, realizei exposições individuais de estudantes com habilidades em Artes Visuais, ministrei oficinas com técnicas diversas para produção de imagens, como estêncil, grafite, colagem, mosaico, desenho, papietagem, reciclagem e reaproveitamento de papéis, entre outras. Por esforço, desenvolvi a habilidade de desenhar e assim, consigo ministrar classes de desenho. Trabalhei, no campo do design com desenho de fontes, apresentações de trabalhos, construção de folders e cartazes, prototipagem, entre outras. Construí duas instalações para eventos da EJA / Florianópolis. Uma delas, uma instalação digital com registros da atuação do núcleo durante a pandemia de Covid19, para o ENEJA – Encontro Nacional de Educação de Jovens e Adultos, realizado em Florianópolis no ano de 2022. Outra instalação digital trazendo a memória da presença da EJA no NETI/UNAPI/UFSC (Núcleo de Estudos da Terceira Idade / Universidade Aberta a Pessoa Idosa / Universidade Federal de Santa Catarina). Esta instalação foi parte da estante do núcleo na SEPEX – Semana de Pesquisa e Extensão, da UFSC, em 2023. No ano de 2024, a oficina que ministrei para a construção de imagens com mosaico, resultou no trabalho vencedor do concurso que escolheu a identidade visual do Festival da Primavera, evento promovido pela EJA / Florianópolis. Promovi os estudantes com habilidade em Música. Muitos deles chegaram na EJA, inclusive, com músicas em plataformas de streaming. Levei estudantes para estúdio de gravação, gravei os estudantes, editei áudio produzindo a música feita por eles. Também preparei estudantes para festivais, marcadamente, o Festival Escolar da Canção, da Prefeitura Municipal de Florianópolis. No polo NETI/UNAPI/UFSC, mantenho uma oficina regular de Canto Coletivo. A oficina recebe este nome pois nem sempre é possível contar com a presença de quatro tipos de vozes (soprano, contralto, tenor e baixo). Assim, não é possível nomear o trabalho como Oficina de Canto Coral, embora a prática seja muito semelhante: realizo sempre um relaxamento muscular, aquecimento vocal, estudos de técnica vocal, estudos de Música e ensaio de repertório. Já nos apresentamos em eventos internos do núcleo e externos, como na SEPEX, em 2024. Ainda no NETI/UNAPI/UFSC inciei, em 2025, uma oficina semanal de Prática de Conjunto – Violão. Durante a vigência da Pandemia de COVID19, produzi, com a colaboração dos demais profissionais do núcleo, um podcast e um videocast. Fizemos audiolivros e musicalizei uma série de leituras iniciais. Também musicalizei a leitura de um cordel, o qual era divulgado semanalmente, como uma radionovela. No âmbito das Artes Cênicas e da dança, produzi vídeos com os alunos. Em alguns deles, com verdadeira atuação dramática. Escrevemos juntos roteiros e construímos storyboard. Trabalhei noções de espaço cênico e de posicionamento de câmera. Fizemos oficinas de fotografia e muita coisa orientada à produção cinematográfica. Também recebi e orientei estagiários do Departamento de Artes Cênicas da Universidade do Estado de Santa Catarina. A dança também faz parte do trabalho realizado com vídeo, muitos deles para o Festival do Minuto, produzido anualmente pela EJA/Florianópolis. Além desta atuação enquanto fazedor de arte com os estudantes, é preciso olhar para a presença das Artes no princípio da pesquisa, tal qual empregado na EJA / Florianópolis. A presença das artes, a partir da minha atuação profissional, se dá no sentido da orientação de pesquisas em todas as modalidades artísticas. Conteúdos sobre artes aparecem como interesse de muitos estudantes: biografias e estilos musicais, por exemplo, muitas vezes são os assuntos de muitas das problemáticas pesquisadas. Áreas de atuação como Design, Moda, Música, Cinema, Teatro e Arquitetura, são constantes em investigações feitas pelos estudantes. Assim, um falar sobre arte se faz muito necessário no dia a dia do Núcleo. No caso da música, por exemplo, áreas como musicologia, etnomusicologia, musicologia histórica, filosofia da música, sociologia da música, antropologia, educação musical, entre outras são necessárias para realizar ou complementar muitas das investigações realizadas pelos estudantes. O mesmo se estende para as demais modalidades artísticas. Assim, além da perspectiva histórica da Música, preciso abordar igualmente, a História das Artes Visuais, do Teatro, da Dança, da Arquitetura, do Design, para citar algumas. Na sociologia da Música, preciso referir a sociologia da Arte e das modalidades artísticas. Isto vale para todas as áreas que contribuem para o entendimento das Artes: Filosofia da Música e Filosofia da Arte. Psicologia da Música e Psicologia da Artes. Assim, sendo, concomitantemente a todos os temas abordados em pesquisa. Isto, de forma alguma é polivalência. Trato, aqui, da interligação entre as diversas modalidades artísticas para enriquecer a prática docente. O professor de Música sofre uma mutação. O professor de Arte se impõe.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

2023 - Detrito Urbano - Detrito Urbano

 

 

O ano era 1986. A cidade, Caxias do Sul. Provinciana cidade do Rio Grande do Sul que, naquela época, contava com uma população estimada de 260.000 habitantes. O país vinha de um contexto recente de final da ditadura militar que se encerrava no ano anterior. A população ainda bradava por eleições diretas para Presidente e tentava se adaptar novamente à um regime democrático. Tentava ser mais politizada. Os problemas sociais vivenciados eram os mesmos de hoje: corrupção, poluição, desemprego, desigualdade e injustiça social, o racismo sempre velado, além de uma inflação que ultrapassava os 500% anuais, planos econômicos fracassados, que só traziam enfraquecimento financeiro... O mundo vivia, há décadas, sob a Guerra Fria promovida pelos EUA e a então URSS.

 

E o que sobrava para os adolescentes da época? Trabalhar nas indústrias (iniciava-se mais cedo naqueles tempos... 14, 15 anos), estudar a noite e, nos finais de semana, se encontrar para beber e ouvir música, basicamente.

 

No embalo do 1º Rock in Rio, de 1985, o rock era a mania nacional e brotavam muitas bandas de diversas tendências rockeiras. Uma fração mais politizada e descontente com o sistema se identificava com o movimento e as bandas punks de grandes cidades do Brasil e do mundo que vagarosamente chegavam ao conhecimento destes jovens caxienses.

E neste cenário surge, em meados de 1987, a banda Detrito Urbano, reconhecida pioneira do punk caxiense que, com canções próprias, abordava os problemas sociais acima descritos. Hoje entendemos que o Detrito Urbano foi mais do que música, mais do que punk, representou a luta de muita gente que se identificava e queria dizer aquilo que não conseguia exprimir na individualidade: a luta por eleições diretas, o fim da ditadura militar, o fora Sarney… Expressar para a elite caxiense, uma cidade que se sentia europeia, toda a exploração, todo o silêncio velado pelo medo no período da ditadura... Enfim, o “lado B” da cidade.

 

A banda, com toda a dificuldade e troca de elementos, sobreviveu até julho de 1990, e nesta obra sintetiza-se o seu trabalho entre atitudes e pensamentos. Aqueles meninos de 15, 20 anos, não tinham como dimensionar o quanto suas canções e seu estilo que movimentaram a segunda metade dos 80’s serviriam como inspiração, e que até hoje ainda reverbera no underground caxiense...

 

FICHA TÉCNICA

01 – Detrito Urbano (02:49)

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02 – Vampiros do Poder (03:10)

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03 – Alcoólatras (02:48)

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04 – Dia a Dia (04:53)

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05 – Homens do Amanhã (04:23)

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06 – Potência do Ano 2000 (03:40)

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07 – Vômito (02:26)

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08 – América Latrina (04:15)

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09 – INSS (02:29)

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10 – Hilário, o Punk (01:39) – bônus

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11 – Zé Sobreviveu à Guerra Nuclear (01:38) – bônus

ao vivo

 

Todas as faixas, exceto 10 e 11

Gilblack – baixo, guitarra, saxofone

Guilherme – bateria

Marcon – vocal

 

Faixa 10

UFO

 

Faixa 11

Adroaldo – baixo

Gilblack – guitarra

Marcon – vocal

Zé – bateria

 

Produção Musical: Gilblack

Mixagem e masterização: Gilblack

Captura de vozes: Embrio Estúdio – Cascavel/PR

Captura de bateria: Guilherme

Captura de demais instrumentos: Gilblack

Fotografia: Adriana Quadros

 

 

 

Ouvir no Palcomp3: http://palcomp3.com/detritourbano/

 

 

 

Detrito Urbano

 

sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

Música Popular Brasileira: melhores álbuns

Pensando em uma maneira de atuar na Educação de Jovens e Adultos, de modo a contribuir com uma discussão sobre os diversos movimentos musicais no Brasil e suas estéticas particulares, criou-se uma lista de álbuns disponíveis no Youtube para apreciação.

É tarefa difícil a de criar uma lista de álbuns, de modo que esta playlist não possui a pretensão de comunicar nada mais além de uma visão da História Fonográfica Brasileira a partir do entendimento do curador sobre estes movimentos. É, portanto, apenas uma opinião.

Também buscou-se proporcionar a experiência da audição de álbuns completos. Álbuns importantes podem ter ficado de fora pelo fato de não estarem disponíveis neste formato nas plataformas utilizadas: LastFM, Spotify e Youtube.

LastFM

sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

domingo, 4 de abril de 2021

Produção de trabalhos com uso de mídias de terceiros - EJA Centro I

Olá, pessoal. Tudo bem? Vamos falar um pouquinho sobre a utilização de conteúdo de terceiros nas nossas pesquisas e produções? Sabemos que todo conteúdo disponibilizado na rede mundial de computadores é protegido por direitos autorais. As indústrias de software e de entretenimento, principalmente, não se cansam de deixar à vista, na cara do usuário que aquele aplicativo de celular ou determinado filme ou música possui aquilo que chamamos direitos reservados.

 

 

"Direito autoral ou direito de autor é um conjunto de prerrogativas conferidas por lei à pessoa física ou jurídica criadora da obra intelectual, para que ela possa usufruir de quaisquer benefícios morais e patrimoniais resultantes da exploração de suas criações. É derivado dos direitos individuais e situa-se como um elemento híbrido, especial e autônomo dentro do direito civil.

 

Para efeitos legais, divide-se em direitos morais e patrimoniais: os direitos morais asseguram a autoria da criação ao autor da obra intelectual e são intransferíveis e irrenunciáveis. Já os direitos patrimoniais se referem principalmente à utilização econômica da obra intelectual, podendo ser transferidos e/ou cedidos a outras pessoas. A transferência dos direitos patrimoniais se dá por meio de licenciamento e/ou cessão."

 

https://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_autoral

 

 

Os direitos autorais,no Brasil, são regulamentados pela lei 9.610/98 e no mundo por convenções e acordos internacionais. Na prática, qualquer pessoa que publique uma obra intelectual, seja ela de qualquer natureza, como por exemplo, criações originais literárias, artísticas ou técnicas, possui os direitos de autor assegurados independentemente de registro em órgãos competentes. Desta forma, ao realizar trabalhos, sejam escolares ou de outra natureza, precisamos estar atentos ao tipo de licença que o material que estamos usando possui. Existem uma gama de licenças que vão desde as mais restritivas, que impedem o uso da obra ou mesmo de parte dela, até licenças que possibilitam um uso irrestrito do conteúdo. O uso de uma obra já existente na produção de outra, chamamos de derivação e a produção resultante de obra derivada.

 

O uso de citações de textos com direitos autorais reservados em trabalhos acadêmicos ou escolares está bem definido em regras de citação e de referenciamento de fontes, pela ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. Desta maneira, para utilizar pequenas partes de um texto basta seguir as orientações dadas pelos seus professores no tocante à pesquisa e a produção textual e você não terá problemas, seja o conteúdo proveniente de livros ou de endereços na Internet. O problema maior surge, quando se faz necessário empregar um livro inteiro, uma fotografia, uma música ou um vídeo. Quando não houver nenhuma indicação sobre licenciamento, valem as regras estabelecidas na lei 9.610/98, que determinam a proibição do uso do conteúdo sem autorização expressa do autor. Isto acontece porque a pessoa que infringe esta lei pode ser processada e pagar até pesadas multas indenizatórias, dependendo da gravidade de cada caso. Algumas ações por uso indevido de obras protegidas atingem cifras milionárias, calculando-se o prejuízo moral e patrimonial causado ao autor.

 

Assim, para utilizarmos um conteúdo sem receio quanto a autorização legal, precisamos observar o que o material indica como licenciamento. Veja o exemplo abaixo, extraído de um livro:

 



fonte: FRANK, Anne. O diário de Anne Frank. São Paulo: Novo Século Editora, 2019.

 

Observem o uso da palavra inglesa copyright logo na terceira linha da página. Esta palavra indica que todos os direitos referentes a esta obra estão reservados e que você somente poderá usar este conteúdo com a autorização expressa dos detentores dos direitos autorais. Esta licença é representada pelo símbolo contendo a letra C dentro de um círculo:

 

Porém, o direito autoral possui um dispositivo que estabelece um prazo, depois do qual ele deixa de valer. Quando isto acontece, dizemos que a obra “caiu em domínio público”. No Brasil, o período pelo qual a lei protege e reserva os direitos aos autores vai desde a publicaçã0 até 70 anos depois da sua data de falecimento. Cumprido este prazo, as obras podem ser utilizadas sem a necessidade de autorização ou pagamentos.

 

Aqui na Eja Centro I, muitas vezes, produzimos vídeos, áudios ou outros materiais que podem acabar divulgados na rede mundial de computadores. A socialização final das nossas pesquisas não precisa ser, necessariamente, feita por meio de textos. As pesquisas que efetuamos podem resultar em produções culturais de diversos formatos, como vídeos, gravações de áudio, podcast, cartilhas, folders, entre outros. Precisamos levar em consideração que este material poderá circular para muito além do nosso núcleo. Assim, quando inserimos uma música em um vídeo, ou uma foto em uma página na Internet ou em uma cartilha, é preciso ter certeza de que não estamos infringindo os direitos de outras pessoas. Esta preocupação também é válida para o conteúdo inédito produzido no núcleo. Não raro, colegas nossos compõem músicas, desenham, criam obras visuais ou textuais inéditas, publicam livros, gravam músicas, entregam cartilhas ou efetuam campanhas diversas, produzem vídeos, peças teatrais, entre outros. Então, é uma preocupação de mão dupla, em nossos trabalhos.

 

Para tornar possível o trabalho criativo com ,materiais contemporâneos, precisamos lançar mão das chamadas licenças livres. As licenças livres para conteúdo digital surgiram na esteira do chamado movimento do Software Livre, criado a partir de 1983, por um cidadão estadunidense chamado Richard Stallman. Stallman foi o fundador da Free Software Foundation. Esta organização, sem fins lucrativos, mantém o projeto GNU, que busca viabilizar um sistema operacional livre para uso de todos. Em 1991, um importante passo neste sentido foi dado por outra pessoa. Um finlandês chamado Linus Torvald desenvolveu um núcleo (kernel, em inglês) capaz de fornecer a tradução dos comandos contidos em aplicativos para a linguagem compreensível pelas máquinas. Torvald desenvolveu o chamado kernel LINUX. Da junção entre o projeto GNU e o núcleo desenvolvido por Linus Torvald, nasceu o sistema operacional GNU Linux.

 

A licença criada pela Free Software Foundation chama-se GNU General Public License, ou, como é mais conhecida, GNU GPL. Esta licença, atualmente, encontra-se na versão 3.0 e assegura, basicamente, quatro liberdades aos usuários:

 

- a liberdade de executar o programa como você desejar, para qualquer propósito;

- a liberdade de estudar como o programa funciona, e adaptá-lo às suas necessidades (para isto ser possível, o acesso ao código-fonte é um pré-requisito indispensável);

- a liberdade de redistribuir cópias de modo que você possa ajudar outros;

- a liberdade de distribuir cópias de suas versões modificadas a outros, beneficiando toda a comunidade.

 

Para garantir estas liberdades, todo o conteúdo a ser distribuído, modificado ou não pelo usuário, somente poderá ser licenciado com a mesma licença GNU GPL. Assim, não é possível utilizar um conteúdo livre e transformá-lo em conteúdo de direito reservado. A licença GNU GPL é válida em todo o mundo, porque trata-se de um licenciamento declarativo, validado por uma prática social, especificamente voltada para a indústria de software. Para o compartilhamento de conteúdo intelectual, a licença mais utilizada e difundida chama-se Creative Commons.

 

 

"Creative Commons é uma organização não governamental sem fins lucrativos localizada em Mountain View, na California, voltada a expandir a quantidade de obras criativas disponíveis, através de suas licenças que permitem a cópia e compartilhamento com menos restrições que o tradicional todos direitos reservados. Para esse fim, a organização criou diversas licenças, conhecidas como licenças Creative Commons."

 

https://pt.wikipedia.org/wiki/Creative_Commons

 

 

As licenças Creative Commons são representadas por símbolos que também definem quais liberdades os usuários poderão usufruir:


Cada símbolo representa um conjunto de significados:

 

- CC (Creative Commons) -> indica que a licença usada é Creative Commons;

- BY (Atribuição) -> significa que você deve dar os devidos créditos ao autor ou responsável pela obra, devendo inclusive fornecer um link para a licença e indicar se realizou alterações no material;

- ND (Sem Derivações) -> você até pode criar obras derivadas a partir do material original, mas não distribuí-las;

- NC (Não Comercial) -> você pode usar o material, mas não para fins comerciais;

- SA (Compartilha Igual) -> se você criar obras derivadas, terá que distribuí-las sob a mesma licença usada na obra original.


Prof. Gilberto André Borges

 

Para saber mais:

 

- Artigos

https://pt.wikipedia.org/wiki/Creative_Commons

https://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_autoral

 

- Leis

Lei 9610/98

 

- Livros

PRETTO,Nelson de Luca; SILVEIRA, Sérgio Amadeu da (org.). Além das redes de colaboração: internet, diversidade cultural e tecnologias do poder. Salvador: EDUFBA, 2008.

SILVEIRA, Sérgio Amadeu da. Software Livre. A luta pela liberdade do conhecimento. São Paulo: Perseu Abramo, 2004.

 

- Sites

https://creativecommons.org/licenses

https://www.gnu.org/licenses/gpl-3.0.pt-br

 

Para buscar conteúdo:

 

 

- Diversos:

https://archive.org

https://search.creativecommons.org

http://www.dominiopublico.gov.br

https://commons.wikimedia.org

 

- Músicas:

https://freemusicarchive.org

https://icons8.com/music

https://www.last.fm/pt/tag/creative+commons

 

- Sons

https://freesound.org

 

- Hipertexto

https://pt.wikipedia.org/

 

quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

2020 - Gilblack - Candeeiro Luminoso

 

Em mais um lançamento do selo Disco de Cordel, o sexto álbum de Gilblack, lançado em 2020, constitui o primeiro álbum de pandemia do artista. Das doze faixas do álbum, nove foram produzidas durante a chamada primeira onda de COVID19 no Brasil. Neste período, durante o isolamento, as faixas foram inspiradas na literatura, a partir de um podcast também produzido pelo artista para o seu trabalho na área da Educação. Assim, em meio a tempos sombrios, buscava-se uma luz na neblina dos fatos. Um olhar para dentro de si, procurando um candeeiro a iluminar, pela música, poesia e literatura, os tempos de distanciamento social.

Este álbum está disponível aqui para download e também pode ser ouvido nas principais plataformas de streaming. Também pode ser adquirido e ouvido no Bandcamp.

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Download: 2020 - Candeeiro Luminoso

 

Ouvir no Deezer: 2020 - Candeeiro Luminoso

 

Ouvir no Spotify: 2020 - Candeeiro Luminoso

 

Ouvir no Palcomp3: http://palcomp3.com/gilblack/

 

Um dia triste

Um dia muito triste para o serviço público municipal de Florianópolis. A pedra de cal naquilo que um dia já foi uma rede de excelência e exe...